"É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira — ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas.

Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa."

Livro Nosso Lar. Prefácio : "Mensagem de André Luiz"

 

Jesus é o  Espírito que representa Deus aqui na Terra, cumprindo os seus desígnios. Jesus não tem pressa pressa. “Sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas” nós receberemos as lições nas diversas viagens que faremos na carne em que experimentamos o bem e o mal, entenderemos a beleza do Seu Evangelho, e a importância das boas relações com o nosso próximo, a medida que evoluímos. 

Cada experiência, cada etapa, cada vida, é afluente de conhecimento que avoluma o rio que nos levará ao “Oceano Eterno da Sabedoria”.

São necessárias várias vidas para alcançar esse objetivo. As cátedras são essas experiências existenciais na Terra nos ensinando a sermos melhores, e as dissertações sem palavras vem pelo pensamento Divino, nos intuindo com o Seu amor pelo fluido Cósmico Universal,  a todos nós bons e maus, por Ele e por todos os Espíritos do bem responsáveis de aplicarem os Seus Desígnios.  Jesus é um deles.

O pensamento de amor do Cristo também nos envolve e nos inspira, para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. Olhos e ouvidos da alma.  Jesus não falava de olhos e ouvidos biológicos, falava de percepção espiritual, que se conquista com o tempo e as experiências em diversas reencarnações e aprendizado no plano espiritual.

André Luiz revela que é preciso muito esforço para esta conquista. Lembrando o personagem Alcione no livro Renúncia do Espírito Emmanuel , confirmando a necessidade de esforço pessoal.

“...o Evangelho, em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem conhecimento e aplicação de todos os detalhes”. 

Personagem Alcione no Livro RENÚNCIA. Espírito Emmanuel. Médium Francisco Cândido Xavier. Editora FEB

Pode causar estranheza em muitos a permissão de Deus para agirmos no mal. Nos deixando livres para semearmos, obrigando-nos a colher os frutos dessa semeadura. Observando o Mundo veremos que é verdade, assistindo as colheitas e semeaduras na prática. 

Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. Jesus. Mateus 6:34

Para os ansiosos, não há outra saída senão o trabalho de reformulação íntima, tendo como base, guia e modelo o Evangelho de Jesus,  para pouco a pouco, vida a vida, experiência a experiência, sairmos desse ciclo doloroso que estagiamos como Espíritos imperfeitos.

A jornada é longa e sacrificante por estarmos ainda presos ao orgulho e ao egoísmo. Impulsos tem que serem contidos.  O sacrifício merecerá misericórdia. A dor se tornará redenção. O amor se tornará reparação.

Toda vez que alguma doutrina te oferecer facilidades para obter o Céu, podes ter certeza, que estás sendo enganado. 

Lembra-te que Jesus nunca ofertou o céu sem o esforço e obras de cada um. Ajuda-te que o céu te ajudará. A cada um será dado conforme a sua obra.

A ideia da conquista da felicidade através de rituais causa descrenças em muitos, pela injustiça lógica. Acreditam que a felicidade nos será dada por Deus, ao fazermos parte de um grupo eleito e restrito, além de cheios de imperfeições.  Nem nas nossas relações humanas aceitamos esse tipo de justiça. 

Na verdade a ascensão à felicidade é uma conquista pelos esforços do Espírito de se tornar sempre melhor.

Meus irmãos, minhas irmãs, creiam, nossos esforços individuais ainda são pequenos. Precisamos nos esforçar mais para não cairmos na mesma acomodação religiosa que o Espírito André Luiz supôs ser o necessário quando em vida, para uma vida melhor no além túmulo.

"Mas o progresso que cada homem realiza individualmente, durante a vida terrena, é coisa insignificante, e num grande número deles, até mesmo imperceptível. Como, então, a Humanidade poderia progredir, sem a preexistência e a reexistência da alma? Se as almas deixassem a Terra todos os dias, para não mais voltar, a Humanidade se renovaria sem cessar com as entidades primitivas, que teriam tudo a fazer e tudo a aprender. Não haveria razão, portanto, para que o homem de hoje fosse mais adiantado que o dos primeiros tempos do mundo, pois que, para cada nascimento, o trabalho intelectual teria de recomeçar. A alma voltando, ao contrário, com o seu progresso já realizado, e adquirindo de cada vez alguma experiência a mais, vai assim passando gradualmente da barbárie à civilização material, e desta à civilização moral. "

"Ajuda-te e o céu te ajudará" - Evangelho Segundo Espiritismo - Allan Kardec