0022-Revendo as Nossas Crenças

O título do primeiro capítulo não pode ser mais explícito.  Começar o livro descrevendo os efeitos após a morte de uma vida sem a prática do Evangelho de Jesus, é uma mensagem direta para não perder tempo.  O resto da obra são detalhes das origens do sofrimento e  possíveis consequências. 

Sei o que muitos estão pensando:  "outra interpretação chata e religiosa piegas".  Pode ser. Se ficarmos presos a enxergar o Evangelho de Jesus no entendimento intelectual da época em que ocorreram os fatos  descritos pelos evangelistas, voltaremos e viveremos no século I. O Evangelho não é velho.

Estamos no século XXI, será que é interessante atualizar a exegese do Evangelho de Jesus para os dias atuais destes princípios éticos-morais, ou será melhor deixar para descobrir depois da morte as consequências de não termos tido a coragem de investigar as suas propostas?

Será que o Homem de hoje superou o Orgulho e o Egoísmo em seus corações, após a chegada de Jesus?

Ou será que O Homem só atualizou as ferramentas da época de Jesus para as dos dias atuais para promover a injustiça e a dor nele e no seu próximo?

Estamos claramente mais superiores intelectualmente que na época de Jesus para entender melhor sua proposta. Já o nosso moral, apesar de estar muito melhor que no passado, ainda carece de se unir em proporção ao progresso intelectual.

A conclusão de que a vida sem a prática do Evangelho de Jesus vai nos levar a uma tragédia moral é real na obra Nosso Lar.  Ao estudar a obra e o testemunho de André Luiz, veremos que é esta a sua finalidade principal. Ver as consequências de uma vida desprovida de espiritualidade e da prática no bem após a morte.

Separemos o Evangelho de Jesus das interpretações dogmáticas de algumas religiões. Não obstante representantes das religiões serem atualmente os maiores responsáveis por difundirem os ensinamentos de Jesus um tanto alterados, colocando em algumas de suas práticas alternativas as Leis Divinas, ainda assim as religiões são a primeira  porta aberta para adentrarmos no universo dos ensinamentos do Cristo. 

É verdade que há muitas promessas de facilidades para um lugar melhor no além por parte dos representantes das religiões. Se na vida nada é fácil qual a razão da facilidade de entrar no além em um ambiente feliz?

 

Na vida temos tudo ao nosso dispor, experiências, testemunhos, a natureza e outras tantas lições. A vida é também um palco para quem tem olhos de ver e ouvidos para ouvir. Neste palco dinâmico fazemos o papel de plateia ao mesmo tempo que somos atores e autores.

 

A vida fornece subsídios para que as nossas escolhas sejam certas, caso as interpretarmos bem.  Por não conseguirmos um ponto de vista real,  continuamos a fazer escolhas erradas e ilusórias. 

É verdade que os representantes das religiões contribuíram para muitas das nossas escolhas equivocadas.  Mas muitos dos acertos também tem origem nas religiões.  Condenar as religiões por todo o mal da humanidade é inocentar o materialismo dos seus representantes que causa e causou muito males. 

O segredo entre nós e Deus é a forma como nos relacionamos com Ele e entendermos como Ele se relaciona conosco.

  

Com o Evangelho de Jesus a nossa relação com Deus pede mudança, e esta relação não significa ter a imagem de Jesus na parede, no carro ou na camisa e fazer parte de uma religião dita cristã ou não. É uma relação trabalhosa e que exige muito esforço e sacrifício do nosso orgulho e nosso egoísmo.

André Luiz participava das práticas religiosas da sua crença exemplarmente. Sem a caridade. Sem compromisso com suas lições.  Participava de um religião e suas práticas exteriores, que lhe prometia a garantia de uma situação cômoda no além túmulo. 

O que deu errado então? André Luiz vai contar na obra. E vamos estudar e analisar.

Começar a obra: "Estou nas Zonas Inferiores!" é um choque para quem lê a obra.

Onde o céu? Onde o Inferno?

Nem um nem outro. Só vida estuando. Só homens relativamente felizes ou desgraçados. 

O que falta então para uma vida melhor no Mundo Espiritual? Benevolência? Indulgência para com as faltas alheias? Perdoar sempre?

Só levaremos para o além túmulo nós mesmos.  Tudo que o mundo nos oferece materialmente ficará aqui e  sabemos disso. 

Se sabemos o que fazer, qual a razão de investir toda a sua vida para propósitos apenas materiais, em detrimento do espiritual?

A crença aqui na Terra tem que fortalecer os projetos de vida futura. Sem temer a morte, pois vamos investir além da experiência material, também para a vida imortal do espírito, além de preparar as outras encarnação que virão.

Investir a vida para uma existência puramente de encarnado, ou para uma única existência de encarnado é uma verdadeira bolha moral. 

Há confrades Espíritas que nos confidenciam não querer mais reencarnar aqui na Terra. "A Terra é violenta e injusta". Dizem. 

Mas o que fazemos para merecer não voltar a reencarnar na Terra, se até os Espíritos superiores reencarnam aqui para nos ajudar?

Falta esclarecimento sobre nossa atual situação evolutiva. Que nos leva a crer que a vida no além é de pura acomodação eterna. 

Nós vamos morrer e muitos temem esta fatalidade.  Às vezes, o temor da morte se incorpora na crença de grandes desastres anunciados por pseudo-missionários das revelações trágicas. Como se Deus agisse de forma truculenta.  Até alguns espiritistas temem a morte. Há varias razões para temer a morte.  Certamente não entendê-la ou não ter fé na vida futura potencializa o medo, que ultrapassa o instinto de conservação.  Esse instinto de conservação é muitas vezes usado para justificar o medo. É um erro pois o medo paralisa e desespera, já o instinto promove a alegria de viver.

Se vamos voltar para o Mundo Espiritual, seja lá quando for, seja por desastres naturais, seja por doença, seja por morte natural, o que realmente é importante  conquistarmos na atual encarnação?

Qual a chave da felicidade material se vamos morrer?  Isso mesmo. Nós vamos morrer. Eu vou morrer. Você vai morrer.  E  para onde iremos?

O que acumular em vida então?  O que podemos levar? A vida continua? Se a vida aqui é temporária, qual a definitiva?

Começar a obra pelos efeitos de uma vida de paixões materiais, muitas vezes pertinentes no Mundo Corpóreo,  incompatível com as Leis Divinas, foi uma decisão feliz por parte dos organizadores espirituais.

Ir direto as consequências é ótimo.  Vai que a gente morre antes de terminar de ler o livro.😄

Ficamos  sabendo das consequências de atos infelizes nossos aqui na Terra, já no primeiro capítulo.  Sabendo, procuraremos o que fazer para uma melhor chegada ao plano espiritual após a morte.

É um método comum entre algumas obras de revelações impactantes para nós encarnados. Tomemos como exemplo a obra MEMÓRIAS DE UM SUICIDA do Espírito Camilo Castelo Branco, psicografada pela Médium Ivone do Amaral Pereira.  Na obra recebida pela Médium Ivone, o primeiro capítulo descreve as Zonas Purgatórias e o sofrimento daqueles que lá vivem, antes de adentrar nas causas que levam Espíritos infelizes a estas regiões.

Vamos estudar agora este capítulo, que é uma riqueza incomparável. Não precisaremos morrer para descobrir o que algumas faltas fazem ao nosso destino no além-túmulo. Dando-nos tempo para reparar ou renovar nossas atitudes para alcançar a paz tão desejada após a morte. 

Geralmente vamos conseguir a Paz relativa e não da Paz desejada.

Se a vida está difícil não desistam, continuem, lutem, suportem o quanto possível. Busquem a prática do bem em alguma instituição da sua organização religiosa, busque ajuda na medicina para lhe dar forças, um psicólogo, um amigo. Você não está só. Há uma multidão de Espíritos torcendo por sua vitória nessa vida que você escolheu para sua redenção. Sem o Evangelho de Jesus tudo fica mais difícil. Com o Evangelho de Jesus tudo fica menos difícil, pois um mundo real é realmente difícil.

Um grande abraço, saúde e muita paz para todos e todas.