Estudo Proposto
Para quem apelar? Torturava-me a fome, a sede me escaldava.
Livro "Nosso Lar" - Capítulo 2 - Clarêncio
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Para quem apelar? Essa é a pergunta que o André Luiz no parágrafo que estamos estudando. A indagação do André se faz um pouco tardia não acham?
Para muitos que habitam as Zonas Inferiores é o desespero. Não cultivaram em vida uma relação harmoniosa com Deus e se revoltam contra Ele por estarem infelizes no mundo espiritual exigindo uma saída mais cômoda e fácil.
Vamos propor a importância da fé religiosa em vida. Mas onde poderemos iniciar o entendimento da existência de Deus, fora das religiões?
Ainda que possa incomodar muitos, as religiões atualmente são os primeiros passos para entendermos a necessidade de uma boa relação da criatura com o criador. Atualmente temos testemunhado, até dentro do Movimento Espírita (minoria) um discurso contra a palavra Religião ou contra outros credos religiosos.
Há mágoas tão implícitas e às vezes explícitas nas pessoas que não querem se relacionar com Deus no formato religioso tradicional, que passam dos limites aceitáveis das críticas, generalizando, partindo muitas vezes para receitas pessoais, criando até suas próprias leis de relação com Deus. Em alguns casos acima das leis Divinas.
Em alguns casos, sem se darem conta, os críticos da religião, se vinculam a uma fé, embora em alguns casos sem a conotação espiritual. Pois o ser humano "é um animal essencialmente religioso", cita o Espírito Joanna de Ângelis no livro VITÓRIA SOBRE A DEPRESSÃO
Temos críticas aos formatos religiosos atuais, mas não podemos obstar a realidade, que a maioria das pessoas procuram Deus inicialmente através das religiões.
Há aquelas pessoas que odeiam as religiões e querem "salvar" os religiosos os afastando delas. Acreditando-se que as pessoas são escravos das religiões, querem lhes dar liberdade, atacando a fé religiosa. Acreditam que bastaria se afastarem delas e os problemas humanos se resolveriam. Lutam tanto pelos seus ideais e objetivos sem as religiões, que não percebem que lutam contra o que está amparando bilhões, mesmo em práticas imperfeitas.
Na atualidade se pode estar dentro do Evangelho de Jesus sem estar dentro de uma religião? Como?
Os opositores da religião não percebem que ao criar um novo Sistema de Relação com Deus sem as religiões, estarão fundando uma nova Religião.
É certo que Deus não escolheu ninguém para o serviço de oposição as Religiões. Nem Jesus.
No passado e hoje, especialmente hoje, há uma clara dificuldade de encontrar alguém que queira defender o Evangelho de Jesus nos meios acadêmicos, com exceções compreensíveis, mas sem muito efeito prático.
Vou citar pessoas que estavam em suas Religiões criticadas historicamente por filósofos e tinham uma boa relação com Deus, e foram e são referências intelecto-morais para bilhões: Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Francisco de Assis, Augustinho de Hipona, Paulo de Tarso, Francisco Cândido Xavier, Divaldo Franco, Mahatma Gandhi.
Para muitos é como se as religiões fossem culpadas pelos desvarios dos religiosos. Como se a religião fosse “o grande mal da humanidade”. Esquecem-se que as Religiões não tomam vida corporificada. Ela só pode se expressar através dos Homens. Por isso não importa a religião, o que importa é como você se porta com você mesmo, com os os seus semelhantes e com Deus.
A verdadeira religião é aquela que transforma o Homem para melhor intelectualmente e moralmente. Acreditamos que a grande maioria das religiões propõe o restabelecimento dos Homens com Deus, com caminhos diferentes.
Os Homens é que adaptaram as práticas e interpretações religiosas as suas necessidades e interesses, nem sempre adequados as propostas redentoras do Evangelho de Jesus, muitas vezes explícitas, de agir no bem comum. O que poderíamos esperar dos Homens de um Planeta de Expiações e Provas? O entendimento absoluto do Evangelho de Jesus?
Até os que se opõem as religiões e tentam uma relação harmoniosa com o Criador, criam suas próprias regras impregnadas com suas paixões e falham nos seus propósitos, repetindo os mesmos erros que algumas religiões cometeram ao propor práticas exteriores na relação harmoniosa com Deus.
O certo é que as religiões propõem uma ética. O Homem executa ou não. Livre-arbítrio. À medida que o Homem evolui, entende melhor como interpretar as propostas religiosas. O comportamento religiosos evolui conforme o Homem evolui. Está claro, através dos tempos, que isso vem ocorrendo. Comparemos as práticas religiosas na Idade Média com as de hoje e encontraremos mudanças significativas.
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André Luiz, apesar de estar inserido em uma religião, quando encarnado, não carregava em seu íntimo a prática Moral interior nem tão pouco a caridade conforme Jesus ensinou. Ele até estava inserido em uma Religião, preferindo as práticas exteriores e fáceis, concomitante as discussões filosóficas sem fim.
A prece sincera, a prática sistemática no bem, o conhecimento de si mesmo comparado a Moral de Jesus, controlando nossas más tendências, não era uma prática comum do André Luiz na sua visão religiosa a inserção do próximo. Parâmetros que lhe faltavam no momento de desespero após a morte do corpo.
Se apegar a palavra Religião, como se ela fosse culpada dos males da humanidade é fechar a única porta para a iniciação da espiritualidade humana.
Até na época de Kardec não se via o Espiritismo como uma religião como um artigo do Sr. “A. BRIQUEL.” tirada de um jornal impresso em Bruxelas chamado Jornal La discussion :
"Não é uma religião, porque que não tem dogmas nem culto, nem sacerdotes nem artigos de fé. É mais que uma filosofia, porque sua doutrina é estabelecida sobre a prova certa da imortalidade da alma. É para fornecer essa prova que os espíritas evocam os Espíritos de além-túmulo." Jornal La Discussion
Esse artigo foi colocado na Revista Espírita de Fevereiro de 1868, para discussão dos membros da Sociedade de Estudos Espíritas de Paris. E em artigo seguinte da revista sobre o artigo do jornal La Discussion, Kardec rebate a opinião do Sr. Briquel concluindo que :
“Em suma, o Discussion não se apresenta como órgão nem apóstolo do Espiritismo;"Revista Espírita - Fevereiro - 1868
O Materialismo adoraria a extinção das religiões.
Devemos combater o materialismo, único opositor, segundo o Allan Kardec, da preparação do homem para o mundo espiritual. Allan Kardec deixou bem claro, nas obras codificadas, nosso papel como Espíritas com relação a Religião:
"O Espiritismo é, pois, o mais potente auxiliar da religião." -O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec.
"Os Espíritos, portanto, não vêm subverter a religião, como alguns o pretendem. Vêm, ao contrário, confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis." -Espírito São Luiz - O Livro dos Espíritos.
"O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da religião: Deus, a alma, as penas e as recompensas futuras" -Allan Kardec - O Livro dos Espíritos.
"Visando a desacreditar o Espiritismo, pretendem alguns que ele vai destruir a religião. Sabeis que é exatamente o contrário, pois a maioria de vós, que mal acreditáveis em Deus e na alma, agora creem; quem não sabia o que era orar, ora com fervor; quem não mais punha os pés nas igrejas, a elas vão com recolhimento." -Vosso dedicado irmão e amigo, Allan Kardec. Revista Espírita 1862
"Ainda uma vez, é uma filosofia que repousa sobre as bases fundamentais de toda religião e na moral do Cristo; se renegasse o Cristianismo, ele (o Espiritismo) se desmentiria e se suicidaria".Santo Agostinho - Revista Espírita 1862.
Conforme Emmanuel esclarece no livro O Consolador:
"Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado […] como um triângulo de forças espirituais. A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu.”
Mas Allan Kardec tinha a mesma opinião do nosso ponto de vista sobre as religiões, concluindo que o Espiritismo também é uma Religião, no discurso de abertura da Sessão Anual de comemoração dos mortos, em 1 de novembro de 1868, que vamos encontrar na Revista Espírita de Dezembro de 1868.
Fala Kardec no discurso daqueles que querem destruir as religiões, entendendo como radicais:
"Em seu radicalismo, pensam que seria melhor construir hospícios do que templos, porque o templo de Deus está em toda parte; porque Deus pode ser adorado em toda parte; porque cada um pode orar em sua própria casa e a qualquer hora, ao passo que os pobres, os doentes e os enfermos necessitam de lugares de refúgio."... "O isolamento religioso, como o isolamento social, conduz ao egoísmo." Revista Espírita - Dezembro 1868
Confirma então Kardec em seu discurso que somos uma Religião, com práticas diferentes das outras. Uma nova religião. Uma nova forma de nos relacionarmos com Deus:
"Se assim é, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores; no sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto," Revista Espírita - Dezembro 1868
E Kardec no discurso demostra como a palavra complica as coisas, e inicialmente não se apresentava o Espiritismo como Religião:
"Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e porque, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da ideia de culto;"..."As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente, isto é, com o recolhimento e o respeito que comporta a natureza grave dos assuntos de que elas se ocupam"..."fazer preces," ..."e a aparente confusão é devida à falta de um vocábulo para cada ideia." Revista Espírita - Dezembro 1868
Não vamos encontrar problemas com as palavras apenas na falta de termos, também na semântica. A falta de semântica (significado das palavras de acordo com o contexto), por alguns leitores. Não foi Emmanuel que citou o Aspecto Religioso do Espiritismo, foi o Allan Kardec.
"Do ponto de vista religioso, o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras; mas ele é independente de todo culto particular. Seu objetivo é provar, àqueles que negam ou que duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo; que ela suporta, depois da morte, as consequências do bem e do mal que fez durante a vida corpórea; ora, isto é de todas as religiões."
(Livro "O Espiritismo em sua mais simples expressão" - 1862 - Allan Kardec)
A palavra "aspecto" na língua portuguesa tem o significado diferente do "ponto de vista", mas podem estarem relacionados. "Aspecto" pode ser a forma como se apresenta à vista. "Ponto de Vista" pode ser a forma como se vê. Allan Kardec e o Espírito Emmanuel tem o mesmo entendimento, pois contextualizavam, com palavras diferente, que há a visão religiosa do Espiritismo.
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Não percamos tempo em combater as Religiões, não é o propósito do Espiritismo, portanto não pode ser a do Espírita.
Nosso opositor é o Materialismo como filosofia de viver, negando a existência de uma inteligência suprema e causa primária de tudo.
A Religião será perfeita quando os homens forem perfeitos. O Materialismo distancia o homem do progresso Espiritual pois difunde o nada, dando margens a práticas sem justiça do assassinato, aborto, pena de morte, etc. André Luiz foi um materialista dentro de uma religião.
"Muita falta faz a fé religiosa no ser humano moderno... referimo-nos a fé estruturada na razão... Quando a fé religiosa faz-se presente no ser humano, muito mais fácil se lhe torna a marcha... Quando alguém se apoia na certeza da proteção de Deus, fenômeno fisiológicos e psicológicos ocorrem automaticamente auxiliando-o na preservação ou aquisição de equilíbrio e bem estar... "
Livro "VITÓRIA SOBRE A DEPRESSÃO" - Espírito Joanna de Ângelis - Médium Divaldo Franco. Editora LEAL
E qual a religião devemos adotar?
"Não importa a denominação da escola da fé religiosa a que o indivíduo se vincule, mas a mensagem de vida imperecível que todas oferecem aos seus seguidores." Livro "VITÓRIA SOBRE A DEPRESSÃO"
- Espírito Joanna de Ângelis - Médium Divaldo Franco. Editora LEAL
Que religião apresenta o Espiritismo?
"...a sobrevivência do Espírito...oferecendo a certeza da imortalidade... Essa convicção haurida no Espiritismo enseja a religião da fé raciocinada que ilumina os mais sombrios acontecimentos, explicando-lhes a causa e propondo as técnicas para a sua libertação."
Livro "VITÓRIA SOBRE A DEPRESSÃO" - Espírito Joanna de Ângelis - Médium Divaldo Franco. Editora LEAL
Jesus certamente não criou nenhuma religião, como dizem os opositores das religiões, mas nunca as condenou. Ao contrário, a religião vigente guardavam os Códigos Divinos, por Ele enviado aos profetas revelarem, antes da sua encarnação entre nós. Tanto que os repetiu várias vezes, questionando "o que dizem as escrituras?" aos que buscavam o Reino de Deus. Jesus criticavam os religiosos que não seguiam os seus códigos. "Não vim destruir a Lei" - Jesus.
...Se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: passa daqui para acolá, e ele há de passar, e nada vos será impossível - (Mateus Capítulo17, Versículo 20)
"Com o apoio da fé religiosa, os montes desafiadores dos problemas tornam-se facilmente transpostos"
Livro "VITÓRIA SOBRE A DEPRESSÃO" - Espírito Joanna de Ângelis - Médium Divaldo Franco. Editora LEAL
Um grande abraço! Saúde e muita paz a todos e a todas!