Estudo Proposto
Paisagem Nebulosa
"Outras vezes gargalhadas sinistras rasgavam a quietude ambiente. Algum companheiro desconhecido estaria, a meu ver, prisioneiro da loucura. Formas diabólicas, rostos alvares, expressões animalescas surgiam, de quando em quando, agravando-me o assombro. A paisagem, quando não totalmente escura, parecia banhada de luz alvacenta, como que amortalhada em neblina espessa, que os raios de Sol aquecessem de muito longe."
Nosso Lar. Capítulo 1: "Nas Zonas Inferiores"
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A descrição do Espírito André Luiz não deixa dúvidas sobre as condições dos Espíritos que vivem nas Zonas Inferiores da dimensão espiritual. São verdadeiros distônicos mentais. Que levam ao assombro do André Luiz. É uma situação que o Espírito colhe e o levará a loucura pelo vazio de registros morais que lhe possa alterar o quadro mental e aceitar a sua realidade.
"Formas diabólicas, rostos alvares, expressões animalescas" descrição semelhante a um filme de terror. É o terror se objetivando em uma realidade dolorosa e comovente, pois são seres, criaturas que ali vivem destorcendo sua forma humana em expressões das próprias mentes enfermas, devido a plasticidade do corpo espiritual e a capacidade de ideoplastias mentais, criadas pelas mentes que lá habitam.
No livro "Evolução em dois Mundos", do Espírito André Luiz, psicografia do Médium Francisco Cândido Xavier, tratando sobre as "Zonas Purgatóriais", veremos que essas paisagens em que vivem esses Espíritos sofredores são criação das mentes que lá habitam:
E porque o pensamento é força criativa e aglutinante na criatura consciente em plena Criação, as imagens plasmadas pelo mal, à custa da energia inestancável que lhe constitui atributo inalienável e imanente, servem para a formação das paisagens regenerativas em que a alma alucinada pelos próprios remorsos é detida em sua marcha, ilhando-se nas consequências dos próprios delitos, em lugares que, retendo a associação de centenas e milhares de transviados, se transformam em verdadeiros continentes de angústia, filtros de aflição e de dor, em que a loucura ou a crueldade, juguladas pelo sofrimento que geram para si mesmas, se rendem lentamente ao raciocínio equilibrado, para a readmissão indispensável ao trabalho remissor.
Livro Evolução em dois Mundos
Ao mesmo tempo que eles criam essas paragens, a habitam, experimentam aflição e a dor, rendendo-se pouco a pouco a uma autoanálise deles mesmos, o porque estão ali, que há responsabilidades nos seus atos, detendo o remorso que piora a sua alienação. Até que os resíduos do remorso sejam esgotados esses Espíritos continuam nessas regiões, se não receberem caridosa intervenção dos agentes do amor Divino, os socorristas, levando esses sofredores a uma reencarnação necessária, retomando ao aprendizado prático das lições que faliu.
Com vemos, essas regiões não são criação Divina, são reflexos da ideoplastia dos pensamentos dos que lá vivem. Se pensamos nós criamos e unimos matéria espiritual, oriundas do fluido Cósmico Universal.
Devemos ver a narrativa de André como um alerta para todos nós que nos prendemos a vida material e ao mal, sem religiosidade para encarar os preceitos morais que estão listados no Evangelho de Jesus. Sem forças e vontade para uma simples prece sincera.
O materialismo tem provocado muita dor no plano espiritual por negligenciarmos as Leis Universais.
Religiosidade são os esforços nosso de dar mais qualidade a nossa relação com Deus. Toda a Criação recebe a providência de Deus através do Éter Divino, que nós Espíritas chamamos de Fluido Cósmico Universal, na qual estamos mergulhados como peixe em água, fluido que encaminha o pensamento e a vontade de Deus.
Não entendemos Religião como um conjunto de cultos, regras, rituais, hierarquia, símbolos, e sim uma busca particular ou coletiva, em templos ou a sós, de nos entendermos melhor com Deus e a Sua vontade. Sua vontade se encontra em leis imutáveis que regem toda a criação Universal.
A religião da nova Era tem no Aspecto Religioso do Espiritismo suas bases, e vai pouco a pouco levando o homem a entender que é preciso que respeitemos os limites naturais da nossa liberdade de agir, respeitando o direito do próximo.
Viver e conviver com o resto da Criação em harmonia.
O materialismo tem nos prometido felicidade nos gozos das coisas do Mundo, esquecendo o respeito ao direito do próximo e da Natureza, ocasionando uma reação dolorosa, que não é um castigo e sim um aprendizado em forma de colheita que nos conscientiza que estamos no caminho errado das Leis de Deus.
A obra Nosso Lar relata a experiência de um homem que viveu muito mais para a vida material que é passageira, esquecendo-se da vida do espírito que é definitiva.
Outra informação que podemos tirar nesse trecho é que a dimensão que André se encontra está próxima a Terra, pois provavelmente segue o mesmo ciclo de tempo, claro e escuro, dia e noite, com os dias turvados por neblina espessa e permanente.
Vamos ver a seguir que o medo é uma força poderosa na perturbação do espírito no além-túmulo.
Um grande abraço!
Saúde e muita paz, a todos e a todas!