Estudo Proposto
"Enfim, como a flor de estufa, não suportava agora o clima das realidades eternas. Não desenvolvera os germes divinos que o Senhor da Vida colocara em minha alma. Sufocara-os, criminosamente, no desejo incontido de bem estar. Não adestrara órgãos para a vida nova. Era justo, pois, que aí despertasse à maneira de aleijado que, restituído ao rio infinito da eternidade, não pudesse acompanhar senão compulsoriamente a carreira incessante das águas; ou como mendigo infeliz, que, exausto em pleno deserto, perambula à mercê de impetuosos tufões."
Nosso Lar. Capítulo 1: "Nas Zonas Inferiores"
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Enfim o cansaço de tanto lutar contra a realidade que se encontra, vence o André Luiz.
Como combater o óbvio? A realidade?
André reconhece a sua situação e começava os efeitos do remorso, após vários breves momentos em que ele descansava a mente perturbada, percebe que é responsável pela sua situação atual.
Ele sabe que em vida esteve no caminho errado, buscando a felicidade particular e ilusória, sufocando a verdade que no seu íntimo lhe cobrava reformas. Não era felicidade, pois a consciência não lhe permitia desfrutá-la interiormente, buscava sensações exteriores, que só acalmam temporariamente os desejos das paixões efêmeras.
Os seus órgãos espirituais estavam animalizados, não os adestrara, estavam condicionados para a vida no corpo, contudo não mais tendo o corpo biológico, sofria os mecanismos de sobrevivência do mesmo, sede, fome, frio, etc.
Felicidade é compartilhá-la. Muitas vezes encontramos o caminho da felicidade e guardamos em segredo para nós. É o egoísmo. Como se alguém pudesse roubá-la. Se temermos que alguém a leve, tenhamos a certeza que não é felicidade, estaremos iludidos.
Compartilhemos nossa felicidade e veremos que ela será mais duradoura e vitalizante, mesmo convivendo com as dificuldades do Mundo, que são inerentes a um Mundo de Provas e Expiações, habitado por Espíritos imperfeitos e enfermos.
Não devemos esquecer que nosso Mundo tem ordem e não está entregue ao abandono. Jesus com os seus subordinados nos acolhe como crianças perdidas, redirecionando-nos ao caminho do progresso.
Reconhece André Luiz que não era merecedor de estar em local melhor do que se encontra.
A vida sem se importar com os nossos semelhantes, faculta estar entre os Espíritos nobres que viveram na Terra, como Irmã Dulce, Madre Tereza, Allan Kardec, Chico Xavier, Francisco de Assis e outros?
E o mais importante é que a obra nos alerta para que não abusemos dos recursos cedidos por Deus para o nosso aprimoramento, conforme André nos alerta:
Oh! amigos da Terra! quantos de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos interiores do coração? Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a verdade, antes que a verdade vos surpreenda.
Suai agora para não chorardes depois.
Nosso Lar. Capítulo 1: "Nas Zonas Inferiores"
Inconfundível a mensagem. É para nós encarnados. Quem ler o livro e acreditar que a mensagem é para o outro, estará perdendo grande oportunidade de acelerar seu progresso. É para nós que lemos e estuda, é para a Humanidade.
Principalmente para nós Espiritistas. Que temos todas as bases para entender que esta obra tem fundamento doutrinário.
Para os que não são espiritistas e desejam refletir sobre as possibilidades do mundo espiritual, é um rico conhecimento a ser acumulado, e, a sua própria consciência lhe dirá que há verdades a serem investigadas.
Quem acredita que está imune as quedas no caminho e que já se encontram com conhecimento suficiente para evitar as armadilhas das paixões do Mundo é um candidato a CEGO VOLUNTÁRIO.
Frederico Figner que o diga. Leiamos a obra Voltei, do Irmão Jacob, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier para compreendermos que conhecimento, apenas, não determina sua individualidade superior. Mas, o bem que se faz lhe credita méritos para interseção dos bons espíritos.
Nem os Espíritos superiores estão imunes as injustiças do mundo ao entrar na Terra pelas vias da reencarnação.
Ver o livro Renúncia do Espírito Emmanuel, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, quando o Espírito Antênio uma entidade angelical que, por sua excelsa posição hierárquica, ali cumpria as ordenações de Jesus, falou com humildade se dirigindo ao Espírito Alcione. Alcione pede autorização de Jesus para reencarnar na Terra e ajudar os seus entes queridos.
O Espírito Antênio adverte a Alcione:
“Já ponderaste nos obstáculos imensos? Lembra que o próprio Jesus, penetrando na região terrena, foi compelido a se aniquilar em sacrifícios pungentes. Recorda que as leis planetárias não afetam somente os espíritos em aprendizado ou reparação, mas, também, os missionários da mais elevada estirpe. Experimentarás, igualmente, o olvido transitório e, embora não tanto agravados em virtude das tuas conquistas, sentirás o mesmo desejo de compreensão e a mesma sede de afeto que palpitam nos outros mortais. “. (LIVRO Renúncia do Espírito Emmanuel)
Até os grandes missionários de Jesus tem que suar e chorar muito quando mergulham nesse mundo de injustiça entre os homens. Por serem elevados não errarão e não se contaminarão com as paixões do mundo, mas experimentarão as situações de injustiça dos homens imperfeitos que habitam a Terra.
Mas a justiça de Deus é inexorável diz Emmanuel em suas mensagens. Deverá ser paga até o último grão.
Temos que trabalhar com o coração. Fazer uma auto avaliação das nossas limitações morais. Onde melhorar? Comparando com os grandes missionários do Cristo até onde consigo renunciar a paz que é oferecida pelo Mundo?
Identificar o que falta trabalhar mais para a verdadeira felicidade. Ter consciência que a verdadeira felicidade, por enquanto, encontraremos no mundo espiritual, mesmo assim ela será relativa às nossas conquistas.
Temos ainda que desenvolver automatismos que possam nos manter, sem esforços e sacrifícios, na prática do bem universal, praticando o bem a Deus, aos nossos semelhantes e a nós mesmos, no limite das nossas forças.
Passamos mais ou menos 15 milhões de séculos gravando automatismos para sairmos do Princípio Espiritual e nos tornarmos Espíritos, para usar um corpo humano e progredir com o desenvolvimento da razão.
Funcionando nossos órgãos pelo automatismo, como o coração, o pulmão, o sistema digestivo, o sistema nervoso, etc, aprendemos a usá-los sem esforços mentais em diversas encarnações, em corpos dos reinos vegetal e animal, e hoje fazemos funcionar esses órgãos no reino Hominal. Hoje não precisamos pensar para esses diversos órgãos funcionarem. Está gravado no nosso subconsciente.
Agora como humanos, temos que desenvolver outro automatismo: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo e não deixando que a matéria nos influencie mais.
Hoje temos dificuldades de nos amarmos e aos nossos semelhantes. Típico do nosso nível evolutivo. Não é por maldade. Hoje o Homem duela consigo mesmo no atual processo acelerado de transição.
Será preciso que desenvolvamos as asas próprias, obrigatoriamente, para voos ao Altíssimo, sem nos escorar nas luzes alheias.
Amanhã todas as criaturas serão como os anjos, amando todos os nossos irmãos da criação sem esforço algum, assim como o ato de bater o coração é parte do instinto de preservação, amar a todos será conquista evolutiva do instinto de fraternidade e do sentimento de piedade a todas as criaturas.
Portanto, esse primeiro capítulo é uma advertência, um tesouro dos Céus, nos foi enviado para entendermos que todas as injustiças, imobilidade no bem, acomodação, e, todo o mal que praticarmos, não ficam impune diante das Leis Divinas.
As facilidades que Deus concede aos Espíritos Santificados, são oferecidas a todos nós pelas Leis Divinas, o aproveitamento é obra nossa.
Encerramos aqui o primeiro capítulo. Vamos estudar mais. Até o segundo capítulo em breve.
Um grande abraço, saúde e muito paz, a todos e a todas!